sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Maranhão do Sul não interessa aos nossos dirigentes estaduais

O plebiscito para o Maranhão do Sul não interessa a maioria absoluta de nossa classe política?


Os plebiscitos do Pará foram autorizados pelo Congresso Nacional. Tratamento desigual ou falta de interesse de nossa classe ?
Deputados federais aprovam plebiscito para dividir Pará em três Estados.  A Câmara aprovou ontem a realização de plebiscitos no Pará para a criação de outros dois Estados.
De acordo com o texto, Carajás ficará no sul e no sudeste do Pará. Tapajós ficará a oeste do Estado.
No caso de Carajás, será promulgado um decreto legislativo e o plebiscito terá de ser feito em seis meses. O projeto que prevê um plebiscito sobre Tapajós voltará para o Senado.
Segundo o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), já foram reservados no orçamento deste ano R$ 8,6 milhões para as votações. A idéia, porém, é aguardar a aprovação para Tapajós e fazer um só plebiscito sobre a criação dos Estados.
Já os projetos relativos ao Maranhão do Sul não avançam. O do hoje Ministro Lobão não anda. O do ex-deputado Sebastião Madeira, idem. O do ex-deputado Davi Alves Silva foi reprovado ainda nã constituinte.
O fato mesmo é nossos maiores dirigentes, leia-se Sarney, Lobão, Roseana e a maioria acachapante de nossos deputados federais não têm interesse nem mesmo que seja realizado o plebiscito.
Eu tenho estudado essa questão desde o bacharelado em Direito e francamente acho que o Congresso deveria liberar pelo menos a realização do plebiscito. Para isso nossa bancada federal e nossos líderes deveriam se movimentar no congresso

Quem desafia José Sarney no Maranhão?

José Sarney

Parodiando o bordão do ex-presidente Lula “Nunca antes na história a conjuntura de poder político do Sarney no Maranhão e no Brasil foi tão absoluta”.
Com efeito, nem mesmo na época em que José Sarney era Presidente da República, ele tinha tanto poder político na federação e na província como agora. É que, à época, o Brasil era uma crise permanente do ponto de vista político, econômico e social.
Hoje, Sarney é o presidente do Congresso Nacional (alguns dizem que, a rigor, ele é o Presidente de fato do Brasil), Lobão é Ministro de Estado, todos os senadores do Maranhão e do Amapá são alinhados com Sarney e com o governo federal.
A bancada maranhense de deputados federais é, praticamente, em sua totalidade alinhada com Sarney e com o Palácio do Planalto. Aqui na província Maranhão, o poder político de Sarney é quase absoluto.
Depois da morte de Jackson Lago, a oposição ficou órfã e os remanescentes mais expressivos da oposição não apresentam as mínimas condições políticas para peitar o velho oligarca. Aqui na Província temos o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), que faz o debate político de forma destemida contra o Sarney com seus artigos no Jornal Pequeno e discursos tópicos em raras oportunidades públicas. O outro que não teme Sarney é o Deputado Federal Dutra (PT).
Os reais pretendentes ao Palácio dos Leões do lado da chamada oposição até aqui não tiveram a coragem de chamar Zé Sarney para a “briga política” no bom sentido, para o debate público. Valem-se de jornalistas, blogueiros, de discursos aqui e acolá muito educados para dizerem que são oposição ao grupo Sarney. No mais, escrevem amenidades no Jornal Pequeno, aqui e acolá.    
A rigor, esses remanescentes e pretendentes ao Palácio dos Leões, não apresentaram e, continuam sem apresentar, pelo menos até aqui, nem mesmo qualquer discurso sobre os maiores problemas do Maranhão.
Escrevem amenidades políticas em blogs, poucos jornais livres do estado. Não se conhece o pensamento desses pretendentes ao Palácio dos Leões sobre os mais graves problemas do estado: saúde, educação, segurança pública, a desigualdade sócio-econômica, a pobreza, o atraso, a infraestrutura, dentre outros crônicos problemas do Estado.
Como se isso fosse pouco, as divisões são gigantes. E ai me vem a mente o pensamento de Edmund Burk:
“Se os homens não conhecem os princípios dos demais, não experimentam os talentos dos outros nem colocaram em prática seus mútuos talentos e disposições através de esforços comuns nos negócios, não há, entre eles, confiança pessoal nem amizade nem interesse comum, e é evidente que não podem desempenhar nenhum papel público com uniformidade, perseverança e eficácia.
Em aliança com os outros, o homem mais insignificante, agregado ao peso de todos, tem seu valor e utilidade; fora dele, os maiores talentos são totalmente inúteis para servir ao povo”.
O fato é que José Sarney no Maranhão só tinha um adversário à sua altura, que era o ex-governador Jackson Lago, que como sabemos partiu para o andar de cima. Neste momento Sarney reina absoluta e não tem adversário político à sua altura.
O adversário que pode derrotar o sarneismo no Maranhão (e no Brasil) é o povo. Mas o povo – convenhamos –  não faz transformações políticas sozinho, sobretudo em estados de profundo atraso educacional, como é o caso do Maranhão. O povo precisa ter alguém que o conduza às mudanças, que siga com a bandeira da mudança na frente, que tenha trajetória, história, preparo, projetos, coragem e um destemor cívico sem precedentes.
Reflitam leitores. Tirem minhas angústias políticas e me provem que estou, demasiadamente, pessimista. Apontem-me os homens maranhenses que apresentam estatura e preparo político e, sobretudo, coragem cívica para chamar para a boa briga política o velho coronel do Maranhão José Ribamar Ferreira de Araújo Costa.
(*) MARCO AURÉLIO GONZAGA SANTOS, advogado, consultor e professor licenciado da Universidade Federal do Maranhão em Imperatriz.